Friday, January 21, 2011

O PODER DOS TECLADOS













Por Paulo Lira

Apesar de ser impossível precisar quando o primeiro sintetizador foi criado, o instrumento que inspirou a criação dos teclados atuais foi o órgão de tubos pela sua semelhança estrutural. Provavelmente, o primeiro instrumento que daria origem a história dos ´synths´ foi o Telhamonium, inventado em 1897 pelo engenheiro Thadeus Cahill, que pesava 200 toneladas e ocupava todo um andar de um prédio em Nova York.


Hoje podemos encontrar teclados que carregam em si mesmos um estúdio de gravação completo, podendo até gravar sons acústicos e organizá-los em um seqüenciador interno com poderosos recursos de edição. A verdade é que atualmente os teclados são instrumentos tão comuns em nosso meio que a impressão que temos é de que eles sempre existiram. São instrumentos extremamente úteis nas mãos de produtores musicais, arranjadores, professsores e, claro, músicos.


VERSATILIDADE E PRECISÃO


Os teclados são tão versáteis que podem ser tocados sozinhos como instrumento de solo ou acompanhamento, como também podem interagir com uma banda completa preenchendo espaços na música com sons de efeitos. Apesar de o teclado ser tão útil por causa de sua versatilidade e abrangência de sons diferentes, isso pode se tornar um grande revés nas mãos de um músico amador e, até mesmo, de um pianista profissional. Saber como utilizar o teclado em uma banda vai depender de vários fatores que devem ser considerados, tais como: estilo musical de sua banda, estilo ou arranjo da música em questão e se sua banda tem um ou mais instrumentos harmônicos além do teclado como, por exemplo, o violão.
Se sua banda tiver um segundo instrumento harmônico além do teclado, procure observar o que os outros instrumentos harmônicos estão fazendo antes que você acabe tocando por cima deles e tornando seu papel na banda algo redundante. Por exemplo, se o violão já está fazendo a ´levada´ da música, com acordes abertos, procure tocar com um timbre que soe distinguível do violão e que não precise ser tocado o tempo todo. Desta forma seu timbre somará ao do violão e permitirá que a música respire.
Caso os outros instrumentos harmônicos deixem para os teclados o papel de fazer a ´levada´ da música, procure usar um timbre como o do piano e deixe que a banda preencha os espaços, permitindo assim que a música respire.

Tocar o tempo todo, além de prejudicar a dinâmica de uma música, desgasta o frescor do som de seu instrumento. Tocar apenas se for necessário tornará suas idéias musicais mais ricas e possibilitará que todos sejam ouvidos.
Tome cuidado com o que você faz com a sua mão esquerda, especialmente se sua banda já tiver um baixista. Deixe o baixo para ele, pois desta forma o que o contra-baixo fizer vai soar limpo e claro. A alternativa é usar a mão esquerda para tocar parte da harmonia distribuída nas duas mãos.
Quanto aos timbres que devem ser usados, isso é uma questão de gosto e não há regra, a não ser o bom-senso. Caso você use tim¬bres derivados de instrumentos acústicos como o de uma flauta, por exemplo, procure observar o que um flautista faz com o seu instrumento para que você não saia por aí fazendo acordes com seu som de flauta — não que haja algo de errado em fazer isso, mas procure fazer com que sua imitação soe realística. 


O BOM USO DOS PEDAIS


Ao tocar uma música com o timbre do piano, procure usar o pedal de sustain, pois todo piano possui um e usá-lo faz parte do instrumento. Se você não souber usá-lo, procure a ajuda de um professor de piano para que o som não fique picado ou embolado.
Pedais de expressão ou de volume também são muito úteis para obter realismo na execução e podem lhe dar mais liberdade, pois libera o uso das mãos em controles que podem ser efetuados pelos pés.
Muitos tecladistas usam o pedal de expressão para controlar o som do segundo layer (som que fica por baixo, como uma segunda camada). Ao usar um timbre combinado como o piano mais pads, por exemplo. O piano é tocado o tempo todo, mas o pads só aparece quando o pedal de volume é acionado, proporcionando mais dinâmica e realismo a sua execução. Também é uma excelente ferramenta se utilizado com tim¬bres de órgão.
COMO ESCOLHER UM INSTRUMENTO


Mesmo na hora de adquirir um teclado essas coisas devem ser levadas em conta. Procure comprar um teclado que possua: (a) entrada para pedal de sustain; (b) teclas sensitivas (teclas que respondem a intensidade do toque); (c) entrada e saída MIDI (MIDI IN/MIDI OUT); (d) timbres básicos que o agradem como os de piano acústico, piano elétrico (tipo Rhodes), órgão e pads (Warm Pads).
Quanto à marca e modelo, procure comprar algo que seja acessível e que atenda as suas necessidades, pois nem sempre o mais caro é o melhor. Mas dê preferência às marcas que têm mais tradição no mercado — Korg, Roland, Yamaha, Kurzweil e Casio —, pois até a disponibilidade de assistência técnica deve ser considerada.
Você vai encontrar teclados de segmen¬tos e propostas distintas, e por isso é impor¬tante que você identifique o propósito de seu uso (veja quadro ´Escolha o perfil do seu instrumento´).


TECLADOS X ARRANJOS


Devido à facilidade de poder ouvir e criar seqüências de timbres de toda espécie é que vemos mais e mais arranjadores usando os teclados para produzir, e mais tecladistas se tornando arranjadores e produtores. O processo de experimentação não tem limites. Contudo, é de extrema importância que o tecladista faça suas experiências baseadas em seus conhecimentos musicais.
No caso de um produtor ou arranjador que toque outro instrumento diferente do teclado ou piano, é necessário que ele saiba tocar algum instrumento harmônico, como o violão. Portanto, é necessário que ele possua conhecimentos de harmonia, arranjo, estilos e formas musicais, além de uma boa noção do papel que os instrumentos que ele vai utilizar ocupam e como devem ser executados. O estudo musical para quem quer se dedicar à música como instrumentista, arranjador ou produtor deve fazer parte de sua vida — e não tem fim. Quanto mais você conhece, mais você descobre que tem mais para aprender.


O LÍDER DE LOUVOR TECLADISTA


Liderar louvor e tocar teclado ao mesmo tempo não é uma tarefa fácil. Admiro os músicos que fazem isso e, na verdade, tive a oportunidade e a honra de conhecer dois tecladistas-cantores que se tornaram referência de músicos profissionais e de pessoas que dedicam suas vidas e tudo o que fazem para o Reino de Deus: Gerson Ortega e Nilson Ferreira. Estes dois ministros de música me mostraram que não só é possível tocar teclado e cantar ao mesmo tempo, mas é possível fazer isso muito bem. Uma vez perguntei ao Nilson como ele conseguia cantar o tenor e tocar teclado ao mesmo tempo, e ele me disse que para ele era só imaginar o som que você gostaria de ouvir dos dois instrumentos (teclado e voz) como produto final e deixar seu corpo (mãos e voz) fazerem o resto.
Isso exige muitas ´horas de vôo´ e uma grande independência entre as funções dos dois instrumentos em questão. Contudo, isso não é impossível e, na realidade, liderar louvor com um instrumento nas mãos torna mais fácil para conduzir sua equipe, pois a harmonia e as indicações das seções musicais — refrão, estrofe etc. — estão em suas mãos. Mas se em algum momento o instrumento atrapalhar sua li¬derança no louvor, sugiro que você pare de tocá-lo naquele momento e passe a liderar mais sua equipe, pois o período de louvor não deve ser usado como um momento de estudo pessoal.

MAIS DE UM


Em equipes ou bandas que têm dois (ou mais) tecladistas, procure fazer como no caso do violão. Se um teclado estiver tocando com timbre de piano, toque com qualquer outro timbre, exceto piano. Parece óbvio, mas já vi equipes de louvor em que os músicos estavam tão concentrados em tocar seu próprio instrumento que se esqueceram de que estavam tocando em um grupo, e não individualmente.
Não toque o tempo todo, e se for possível planeje com antecedência o que os dois teclados devem fazer em cada música. Lembre-se que quanto mais instrumentos sua banda tiver, menos você vai tocar. Afinal, a banda deve soar como um instrumento só, cada um no seu lugar, mesmo que para isso seja necessário que você não toque em determinado momento. Não tem problema. O importante é somar aonde for necessário somar.


ESTUDO E PRÁTICA


Além do estudo musical formal, como o co¬nhecimento teórico e a leitura de partituras, o estudo ´popular´ também é importante. O músico completo é aquele que domina toda a linguagem musical, seja através de partituras, cifras ou simplesmente a identificação das notas pelo ouvir — o famoso ´tocar de ouvido´. Quanto mais o músico aprimorar todas as facetas da linguagem musical disponíveis, melhor será sua própria compreensão musical como também sua comunicação com outros músicos, sem falar de sua versatilidade como instrumentista ou produtor musical-arranjador.
A música é uma arte que usa o sentido da audição para ser propagada, compreendida e assimilada, portanto, antes de qualquer coisa, a música deve ser algo criado para ser ouvido — e não debatido. Músicos que não têm interesse em desenvolver seu ouvido musical e se prendem a simplesmente ler o que está escrito, estão limitando algo que a arte veio para liberar: a criatividade.
Da mesma forma, quem só consegue tocar o que soa bem mas nem faz idéia do que está fazendo, fica limitado por não ter segurança nenhuma, uma vez que o que ele toca não tem fundamento algum. Pode até estar correto, mas lhe falta direcionamento, pois seu conhecimento se baseia apenas em sua experiência.
É importante, sim, estudar a riqueza da música documentada em partituras, pois é a origem do conhecimento da história musical da humanidade, assim como é importante não ficar preso a isso e um dia perceber que o tempo passou, mas sua musicalidade está quatro séculos atrasada.
Portanto, procure tocar tudo o que você escutar: jingles do rádio, vinhetas de TV, temas de filmes, músicas de CDs, vinis, fitas cassetes, a música que toca em sua cabeça etc. Procure também ler tudo que estiver ao seu alcance: exercícios técnicos, peças eruditas, peças populares, temas folclóricos, hinários e uma infinidade de materiais disponíveis. Lembre-se: o mundo musical é muito maior do que podemos imaginar e não dá para prendê-lo na caixinha da comodidade, da miséria e da ignorância.


´O´ INSTRUMENTO


O teclado é um instrumento completo, pois com ele você pode tocar a harmonia, o contra-baixo e a melodia de uma música qual¬quer ao mesmo tempo, independentemente do estilo. Por essa razão muitos compositores usam o piano ou os teclados para compor ou arranjar suas canções, mesmo aqueles que não são pianistas ou tecladistas.
E é exatamente por isso que o teclado é um instrumento de fácil utilização e adaptação em qualquer situação: sozinho ou em banda.


Ao mesmo tempo que o teclado é um instrumento que pode resolver o problema sozinho, lembre-se que quanto mais instrumentos uma banda tiver, menos você vai tocar. Em alguns casos, é melhor nem mesmo tocar. Nestes momentos, procure olhar para seu teclado como um processador de efeitos sonoros — aquele som que aparece não se sabe de onde e nem para onde foi, mas que acrescenta novidade ao arranjo de forma discreta e original. A cereja no bolo!
Procure desenvolver na música que você toca a essência do conceito ´menos é mais´. Este é um grande diferencial especialmente para os tecladistas que fazem parte de equipes de louvor. Portanto, gaste tempo com seu instrumento pesquisando novos sons, experimentando e criando novos timbres; Lembre-se que é você quem determina o limite de sua música — pois para a música, criada por Deus, através de Deus e para Deus, não há limites.


ESCOLHA O PERFIL DO SEU INSTRUMENTO


TECLADOS ARRANJADORES (conhecidos como teclados inteligentes). São teclados que praticamente dispensam a banda, pois neles, com o aperto de um botão, você consegue um arranjo completo com bateria, contra-baixo, guitarra, orquestra etc. Tudo em um único instrumen¬to. È o ´teclado faz tudo´! São bastante comuns em restaurantes, bailes de formatura e escolas de teclado. Porém a qualidade de seus timbres deixam um pouco a desejar.
SAMPLERS São teclados que possuem uma função bastante específica — criar amostras de sons gerados por uma fonte externa. São ´copiadores de sons´. Se você estiver pensando em usar seu teclado em um estúdio, esta seria sua melhor opção, pois estes teclados podem copiar com fidelidade e alta qualidade qualquer som externo. Sons de automóveis, instrumentos acústicos, animais, sons da natureza, sua própria voz etc. Porém seu uso é bastante técnico e pouco prático se você precisa das coisas feitas sem perder tempo, como trocar de timbre, por exemplo.
WORKSTATIONS são teclados que possuem ótimos timbres em grande quantidade (às vezes milhares de sons). Os sons são, em sua maioria, produzidos sinteticamente, e não acusticamente como é o caso do sampler. Porém, hoje são tão realísticos quanto estes. Além disso, são mais fáceis de operar ao vivo por serem organizados em grupos — pianos, cordas, baixos, sopros etc. — e possuem um seqüenciador interno que possibilita gravar dezesseis ou mais canais de sons internos disponíveis nele. Desta forma, você faz seus próprios arranjos para as músicas, desde a linha melódica até o arranjo de bateria. Tudo nota por nota. É muito usado por produtores musicais e arranjadores por serem teclados com recursos bastante profissionais e, por isso, têm um custo bem alto.
SINTETIZADORES São teclados que simplesmente possuem timbres que podem ser editados e armazenados em uma memoria RAM interna do instrumento. São extremamente fáceis de usar por serem dedicados ao público que toca ao vivo e que não pode perder tempo com programações feitas na hora no palco. Geralmente, seus parâmetros para edição são de fácil acesso e visualização. Por não terem seqüenciador, ritmos prontos com orquestra, nem o recurso de copiar amostras de sons externos é o instrumento de menor custo hoje no mercado. No entanto, nem todos os modelos possuem timbres de alta qualidade.


Paulo Lira é músico profissional, arranjador e produziu os  álbuns ´Entrega´ ,’Grande Deus´ e ‘Meu Respirar – Piano’ da VM Brasil. É casado com Greta Lira e atualmente mora na cidade de Atlanta, USA.

A BATERIA NA ADORAÇÃO












Por Márcio Miguel

Muita gente afirma que existem duas classificações para as pessoas que tocam algum instrumento: os músicos e os bateristas. Outros afirmam a mesma idéia dizendo que o baterista é o cara que gosta de andar com os músicos. Bateristas são geralmente taxados de rebeldes, barulhentos, pessoas indomáveis. Foram e até hoje são alvos de muita observação dentro das igrejas. O pessoal mais jovem tende a admirá-los, porém os mais idosos têm o profundo pavor e resistência quanto a sua inclusão na equipe de louvor. No entanto, o que nós, bateristas, podemos fazer para nos tornarmos mais agradáveis e contribuir de uma forma construtiva com a igreja onde servimos? Existem diferentes pontos de vista em relação ao uso ou não do instrumento na igreja. Muito embora eu seja baterista, em alguns casos acho dispensável o uso da bateria,devido a fatores como a acusticas do salão onde são realizadas as runiões, o número de pessoas que freqüentam os cultos,além de, muitas vezes, a falta de habilidade das pessoas que tocam - que em diversos casos iganoram a necessidade do estudo do instrumento. A seguir, gostaria de citar alguns pontos que, a meu ver, são determinantes para o uso adequado da bateria no contexto congregacional.

CONHECIMENTRO E DOMINÍO TÉCNICO - O primeiro passo para alguem ingressar no ministério de louvor - depois de ter o aval de seu pastor - é dominar tecnicamente a área em que pretente atuar.Ninguem confia a construção de um prédio a um médico, economista ou advogado, pois não têm conhecimento técnico para isso. Da mesma forma, não cabe uma pessoa que não tem habilidade com um determinado instrumento desejar cupar a função de músico.Infelizmente, isso acontece muito dentro das igrejas. É imprescindível que o baterista busque o acompanhamento de um professor experiente, que lhe dará amplas condições de conhecer o instrumento, suas técnicas, rudimentos, leituras, levadas etc.Existem informações disponíveis de várias maneiras, através de lições retiradas da internet, revistas especializadas, métodos, vídeos e clínicas com músicos de altíssima qualidade. Enfim, hoje em dia não há justificativas para o baterista não estudar.

NA MEDIDA CERTA  - Sem duvída, o bom - senso é o grande diferencial de um músico disciplinado.É muito bom ver bateristas perfeitos tecnicamentes tocar de maneira simples, valorizando a nitidez da levada, mantendo o andamento sem variações, tocando com dinânica, economizando notas e viradas e, consequentemente, deixando a música soar da maneira como ela pede.Em alguns casos, ter bom senso é não tocar, pois algumas músicas pedem para que se substitua a bateria por um simples chocalho.Ter bom senso é escolher até o tipo de baqueta que deve ser usada em uma determinada reunião. Antes de começar a tocar, procure verificar qual é a real necessidade daquele momento. Será que a reunião com 15 pessoas requer que a beteria seja tocada? Será que um salão com telhados de folha de zinco e com fiso frio, suporta uma bateria com 10 tambores, oito pratos e microfones em todas as peças? Ter bom senso, no contexto que falamos, vai além de como tocar e abrange toda a concepção de alguem que pretende servir às pessoas com sua música.

ESPÍRITO DE EQUIPE  - O baterista precisa saber qual é a sua função dentro de um time. Durante o período de louvor, as pessoas da congregação precisam ouvir nitidamente a voz de quem está dirigindo a música, ou seja, da pessoa que está cantando a melodia da música. A função do baterista, juntamente com o baixista, é dar suporte para a banda; tocar de maneira que a pessoa que está cantando possa ser ouvida por toda a congregação; dar ritimo para que todos toquem e cantem juntos. O baterista pode ser o melhor músico da banda, porém se ele não for capaz de cumprir seu papel, com certeza o máximo que poderá fazer com todo seu talento será atrapalhar a banda toda.

O MÚSICO BATERISTA  - Outra dica que me ajudou muito - e que geralmente funciona com os bateristas, segundo seus próprios depoimentos - se refere ao fato de como estudar um outro instrumento harmônico pode contribuir para o seu melhor desempenho. Particularmente, posso dizer que estudar harmonia e tocar piano (mesmo que não muito bem!) me ajudou a compreender as diferentes formas musicais, os estilos e pulsações, as diferentes faces da dinâmica - isto é, quando suavizar; quando colocar mais notas; e quando deixar soar. Trocando em miúdos, a harmonia e a percepção me auxiliam muito na hora de tocar. Aprender a ler partitura foi outra grande conquista que me possibilitou compreender rapidamente o que o arranjador está querendo. Fica mais fácil falar a mesma língua dos pianistas, violonistas, baixistas, guitarristas e qualquer outro músico quando sabemos exatamente o que eles estão dizendo em relação a compassos, duração das notas, ligaduras e coisas desse tipo.

CUSTO X BENEFÍCIO  - Escolher a bateria ideal e cuidar de sua manutenção são outras dificuldades dos bateristas. Nem sempre os produtos importados significam garantia de boa compra. Muitos fabricantes nacionais têm buscado a excelência - com êxito, em diversos casos - dos produtos importados. Hoje é muito comum ver pratos " made in Brazil" com a mesma sonoridade e acabamento dos pratos internacionais que estamos acostumados a comprar. E o melhor: por um preço muito inferior. Portanto, o maior desafio não é escolher qual marca comprar, qual a procedência do material, mas sim escolher o instrumento que irá se adequar à estrutura do local onde será utilizado. Procure otimizar o som do instrumento que você tem. Muitas vezes uma simples troca de peles ou o uso de abafadores externos proporcionam grandes avaços na busca pelo som ideal. Em salões pequenos, geralmente utilizamos baterias com polegadas menores, por serem mais simples de afinar e proporcionarem volumes mais equilibrados. Em grandes templos, onde centenas de pessoas se reúnem, o mais adequado seria ter uma bateria com tambores maiores, " microfonadas" por um técnico de som profissional, que realmente entenda o que está fazendo. Em alguns casos, com revestimento acrílico para impedir que os microfones da baterias interfiram nos vocias e vice-versa.

Finalizando, gostaria apenas de ressaltar a necessidade de entendermos qual é o nosso papel dentro do Reino de Deus. Todo artista é influenciador e formador de opinião pelo fato de estar em evidência. Essa realidade gera um grande compromisso de entender qual é o nosso verdadeiro chamado dentro do ministério, pois através do nosso exemplo podemos edificar tanto quanto destruir a vida de muitas pessoas que nos observam. Precisamos entender que não estamos na igreja apenas para tocar, para ser notados, nem para ter prestígio com as pessoas, mas sim para abençoar o próximo e cooperar para aedificação da igreja. O fato de tocarmos bateria (ou qualquer outro instrumento) é apenas um talento muito especial que Deus colocou em nossas mãos para servirmos às pessoas com alegria e gratidão.

Marcio Miguel, casado, é baterista da equipe de louvor da Comunidade Vineyard de Piratiniga (SP) e participou de todas as produções do Ministério Vineyard no Brasil.