Monday, September 27, 2010

O CONTRABAIXO NO PERÍODO DE LOUVOR












      
Por Peter Davyduck
    
Nós todos sabemos o lugar do violão numa equipe moderna de louvor, mas e nós, os baixistas? Com as constantes mudanças de estilo encontradas nos cultos, pode ser um pouco confuso saber qual é a nossa função. Será que devemos todos ser como Abraham Laboriel, mantendo o ritmo firme como Jon Thatcher, ou termos o estilo funk de Fred Hammond? Mesmo com esses grandes baixistas existe um solo comum no qual eles se firmam que é função.
   
O poder da escuta
Como você pode chegar a tocar um baixo "funcional" e encontrar o seu lugar na adoração? A resposta é ouça, e ouça muito! Comece ouvindo a música que você vai tocar.
    
1) Ouça o ritmo
Ritmicamente, será que essa música precisará de uma décima sexta linha sincopada, ou será uma canção contemplativa que requer notas cheias? E ainda, o mais importante, o que a bateria está fazendo? Como baixistas, nós devemos ser a ligação entre a harmonia e o ritmo da música. Os nossos dedos precisam estar trabalhando atrelados ao bumbo e a caixa. Apenas isso irá fazer com que as seções rítmicas sonoras que estão perdidas possam fazer sentido.
   
2) Ouça a harmonia
Harmonicamente, a música precisa de uma base rítmica, ou será que existe espaço para algo mais elaborado? Talvez este seja o ponto fraco para a maioria dos baixistas. Quem quer ficar tocando apenas “1-4-5-1”? Mas ser esperto pelo simples fato de ser esperto, não é nunca uma boa opção não importa qual seja o lance. Esta frase não existe para engessar sua criatividade, mas sim, encorajá-lo a esperar e tocar apenas o que é necessário. Lembre-se que estamos oferecendo a tela de fundo para ótimas letras.
    
3) Ouça o líder
É claro que falando em ouvir, nós temos que ouvir e seguir o líder de louvor. Cultive um bom relacionamento com eles, e procure saber que tipos de ritmos eles preferem ouvir.
     
Baixista, assuma o seu lugar
Finalmente, não se esqueça de ouvir para onde o Espírito está te conduzindo. O Espírito Santo não nos guia apenas na nossa vida diária, mas também em todos os nossos esforços artísticos. O hábito de ouvir irá te ajudar a servir melhor a música, dessa maneira, ser servo é o que há de mais importante. Assuma o seu lugar, e sirva com toda a sua capacidade.
     
Peter Davyduck é baixista freelancer e professor na região de Vancouver. Além de tocar em inúmeras gravações da Vineyard Music Canada, Peter também se mantém ocupado tocando com Graham Ord, Brian Doerksen e outros. Peter e sua esposa Shelley freqüentam a Friends Langley Vineyard na Colúmbia Britânica, Canadá.

Monday, September 13, 2010

AS 3 FACES DE UMA EQUIPE DE LOUVOR












Por Andy Park
    
    
Em seu ensino “Montando uma Equipe de Louvor”, Andy Park descreve que uma equipe sadia e funcional é feita de três componentes principais: musical, social e espiritual. Na realidade, uma das funções da equipe de louvor é ser um tipo de força tarefa espiritual. Cada uma destas características são importantes e precisam estar funcionando intensamente sem excluir as outras ou perder seu equilíbrio.
     
A EQUIPE DE LOUVOR COMO GRUPO MUSICAL
   
   
Antes de mais nada , a equipe de louvor tem a oportunidade e responsabilidade de trabalhar duro para obter a melhor qualidade musical. A razão para isto é muito simples. Liderar louvor também envolve uma apresentação musical.
   
Normalmente não gostamos de pensar no louvor como uma apresentação musical. Porque isto não parece ser muito espiritual, na realidade soa como algo bem mundano. Mas precisamos encarar um fato. Quando lideramos a adoração não podemos negar que esta acontecendo uma dinâmica apresentação.
   
No entanto, este tipo de apresentação é diferente dos shows seculares (e a maioria das pessoas na igreja entendem isto) aqui a congregação é quem está se apresentando, a equipe de louvor é quem está incentivando e Deus é o ponto central.
    
Entendam o que estou dizendo. Eu não estou colocando a apresentação acima do ato de adoração. Porém, é exatamente o fato de estarmos centralizando nossa adoração em Deus que requer buscarmos a excelência musical. Andy Park diz claramente, “Aplique-se em fazer o melhor no mundo visível, para ser um melhor facilitador das bênçãos. Toque bem!”
     
Então como tudo isto se aplica à construção de um grupo louvor? Primeiro, um grupo musical deve trabalhar muito duro para produzir boa música. Isto significa ensaiar constantemente (é importante garantir boa vontade no ensaio) es experimentar diferentes arranjos musicais.
    
Também pode ser necessário organizar testes para ocupação de posições na equipe e não tenha medo de usar a pessoa mais competente para cada posição. Obviamente, isto aplica-se a igrejas onde podem haver várias pessoas capazes para um mesmo instrumento.
     
No entanto, mesmo que você esteja em uma igreja pequena que começou a pouco tempo, não subestime a importância de buscar excelência musical. A chave para isto é ouvir uma confirmação do Senhor, enquanto você busca o equilíbrio entre incluir todos ou buscar a melhor qualidade dos músicos.
      
O terceiro ponto está relacionado com o papel pastoral do líder dentro da equipe. Trabalhar com músicos pode freqüentemente ser estressante quando eles tendem a ser levemente temperamentais. Porém, é de vital importância que o líder de adoração escolha músicos com um bom caráter moral e espiritual. É bem mais fácil desenvolver a habilidade musical do que o caráter. Sem mencionar o fato de que é impossível gerar traços positivos em um caráter.

Pertencer a equipe de louvor pode elevar o valor de uma pessoa aos olhos da congregação. Mas é importante o líder ensinar aos músicos encontrarem a segurança deles no fato de serem amados e aceitos por Deus, e à igreja que devem basear-se em quem são e não no que podem fazer com seus instrumentos.

Quando o músico encontra sua identidade no que ele pode fazer para Deus, e não em quem ele é em Cristo, um desastre espiritual se aproxima. O líder de louvor não deve se apressar na seleção dos músicos.
Tenha certeza de que há uma confirmação do Senhor antes de impor as mãos em um músico ou libera-lo para ser parte da equipe de louvor. Lembre-se que: “É muito mais prazeroso impor as mãos sobre alguém para abençoar do que para a disciplina ou correção”.

A EQUIPE DE LOUVOR COMO GRUPO DE COMUNHÃO

Unidade entre os integrantes é essencial para cultivar um ambiente de amor, a partir do qual flui o ministério. Eu tenho buscado isto com meu próprio grupo de vária formas.

Primeiro, é importante que possamos ser capazes de nos divertir juntos, mesmo tendo que trabalhar duro. Nós fazemos pequenas piadas, brincamos e as vezes até mesmo cancelamos algum ensaio para comermos juntos ou assistirmos a um filme.

Gostamos muito de trocar a letra de louvores conhecidos. Para criar uma nova letra que seja divertida. É importante dizer que só fazemos isto em nossos momentos de ensaio nunca durante um culto!

Outra atividade que gera muita unidade é nos reunirmos como um grupo caseiro. A cada duas semanas cancelamos o ensaio para estarmos juntos e sabermos como anda a vida uns dos outros, orarmos uns pelos outros e adorarmos juntos.

Estas reuniões têm sido de longe, a atividade mais frutífera que temos. Também é uma maravilhosa oportunidade dada por Deus para que eu possa servir minha equipe com um coração pastoral. Confie em mim quando digo que há uma diferença visível entre um grupo de louvor que se ama e passa tempo junto longe da igreja, e uma equipe que se encontra somente para cumprir uma tarefa.

A EQUIPE DE LOUVOR EXISTE PARA SERVIR

A equipe de louvor existe para servir a igreja. O grupo de louvor deve se empenhar buscando excelência musical e os líderes devem ser diligentes na seleção e também no pastoreamento de seus membros. Tendo preenchido estes requisitos, a equipe de louvor esta pronta para cumprir sua função básica: servir o corpo de Cristo.

O trabalho do grupo de louvor é glorificar a Deus através da adoração bem como facilitar o mover do Espírito Santo na congregação. Nós não seremos capazes de cumprir nosso chamado a menos que cada membro desta equipe seja capaz de ministrar a partir do entendimento que ele cumpre o papel do servo, e esteja disposto a servir sob a liderança de sua igreja.

Andy Park é um dos principais compositores da Vineyard com músicas conhecidas como ‘Senhor te quero’.

Thursday, September 9, 2010

MENOS É MAIS










     
  
Por Paulo Lira

Desde que comecei a tocar em uma equipe de louvor, percebi que nem tudo o que eu tocava era bom. E olha que eu tentava aplicar tudo o que sabia, como encaixar “aquele acorde” que havia aprendido naquela semana em praticamente todas as músicas. Era como se houvesse muito glacê para pouco bolo. Mas o que estava dando errado? Tenho certeza de que eu tentava dar o melhor de minha música para Deus. Mas o que define o que é “o melhor”? Quanto mais dissonante e repleta de extensões for a harmonia, e quanto mais “quebradeira” e contra-tempos tiver um arranjo, mais rica esta música será, certo? Nem sempre.

Simplicidade sem mediocridade
Com o tempo e conselhos de músicos mais experientes, notei que uma boa música era aquela em que todos na banda encontravam seu lugar, como se pudessem falar e ser respondidos, fazendo assim com que a música respirasse. O grande desafio aqui é o de dar para cada instrumento que compõe sua equipe algo distinto e simples para tocar (ou não tocar). No final, avalie se o arranjo permite que todos estejam sendo ouvidos, respeitando sempre a dinâmica da música, sendo esta intensa ou não.
É importante ter como referência, por exemplo, um arranjo feito para orquestra. A maioria das pessoas acha uma grade algo muito intrigante e complexo, mas se você escutar cada instrumento individualmente, vai perceber que alguns deles tocam somente algumas notas durante uma peça de dez minutos. Cada um tem seu momento de aparecer ou de compor um naipe. No final, você escuta algo rico e muito claro.

Por que simplificar?
Cada vez que escuto um arranjo de alguma música que faz sucesso percebo que ela é mais simples do que o que eu teria feito. Melodias nas pontes que soam como assinaturas, acordes abertos e puros com ritmos previsíveis. Simplificar uma música, além de dar a ela uma identidade, é torná-la acessível ao público. Uma melodia que possa ser assobiada por qualquer um, é uma música acessível. Isso também facilita ao ser reproduzida por uma banda. Acordes fáceis colocados no lugar certo, baixo tocado com um bumbo acentuando a levada, tonalidade acessível para a maioria dos cantores... Ah, os cantores! Enfim, uma música simples é uma música que não chama atenção para si mesma e permite que as pessoas atentem para o que realmente é importante. No caso da Igreja, a adoração a Jesus.
 
Músicos experientes x músicos iniciantes
O conhecimento musical, como já disse antes, não é o único responsável por uma boa música, mas saber aplicá-lo sim. E este amadurecimento leva tempo. Em uma equipe de louvor procure providenciar uma boa estrutura para todos os músicos, experientes ou iniciantes, tais como cifras, partituras, ensaios, gravações das músicas que serão tocadas no culto etc. Alguns músicos têm mais facilidade lendo, outros tirando uma música de ouvido. Procure nivelar sua equipe pelo básico. Nem muito profissional, nem muito amador, respeitando a fase de amadurecimento musical em que cada integrante se encontra, mas deixando claro onde você quer que ele chegue, estimulando e encorajando-o.

A importância do ensaio
Há pessoas que acreditam que o ensaio prejudica a espontaneidade do período da adoração, tornando-o algo frio e mecânica. Mas, ao contrário disso, a prática do ensaio não só promove a união entre os músicos envolvidos, como também cria um ambiente de aprendizado mútuo e proporciona mais segurança na execução das músicas. O que gera mais liberdade e espontaneidade no período da adoração, dando para o músico condições de se expressar melhor, sabendo qual o seu papel. Particularmente, vejo o ensaio como um passo prático de adoração a Deus, entregando a Ele um período de adoração com preparo, dedicação e excelência.

Dinâmicas para improvisação
O que fazer durante um período instrumental no louvor? Ou o que tocar quando o dirigente simplesmente aponta para você executar um solo durante uma ponte ou o refrão da música? Improvisação é a arte de expressar algo espontâneo, inspirado no momento, algo singular. Improvisação também é algo para ser praticado durante os ensaios, pois requer conhecimentos mínimos de escalas, harmonias e estilos, além de amadurecimento musical. Músicos que já improvisam com facilidade costumam tocar séries intermináveis de arpejos seguidos de escalas cromáticas e diatônicas, ascendentes ou descendentes, e o mais rápido possível.

O alvo aqui seria o de, com uma ou poucas notas, expressar um sentimento tão profundo quanto o de uma escala formada por um grupo de semi-fusas. Lembre-se: MENOS É MAIS. A atenção não deve estar focada no solo, mas no inspirador dele. Afinal, quem tem sido sua inspiração musical? Procure observar o que o Pai está fazendo naquele momento, e traduzir isto em notas. Não tenha medo de errar, arrisque! Se você sente que Deus está ministrando para seu povo sobre misericórdia, com fé, toque arrependimento. Enfim, improvisar também é entoar um cântico novo. Miles Davis, um dos maiores gênios do jazz, uma vez disse: “Eu já sei tocar todas as notas, agora num solo procuro a ausência delas”.

Como harmonizar as vozes
Ah, finalmente os cantores. O grupo mais importante dentro da equipe de louvor, e ainda assim o grupo de menor preparo musical na maioria das igrejas (afinal, todo mundo sabe cantar, certo?) Não posso deixar de enfatizar o quanto é importante que as pessoas que se propõem a cantar na equipe de louvor busquem treinamento técnico nesta área. A voz é o instrumento mais complexo e mais perfeito que existe. Necessita de muito cuidado e preparo.

O estudo técnico da voz ajuda na pronúncia ou articulação das palavras como também na respiração, dinâmica e afinação da voz, além de dar embasamento prático e teórico para harmonização vocal. Harmonização vocal é a adição de uma ou mais vozes diferentes da melodia, baseadas na harmonia ou acordes de uma música. Sempre que um arranjo vocal for feito, procure respeitar a dinâmica natural da música. Portanto, onde houver mais tensão, geralmente no refrão, acrescente vozes à melodia, enchendo o arranjo com mais harmonia. Porém, onde a música não pedir tensão, geralmente nas estrofes, deixe a melodia sozinha, com menos harmonia.

Se você está montando um backing vocal (e não um coral), as vozes que o compõem o podem ser simples. No coral você pode ter várias vozes por naipe. Por exemplo: 4 tenores, 4 baixos, 4 contraltos e 5 sopranos. No backing vocal é suficiente ter 1 contralto, 1 tenor e uma voz masculina ou feminina cantando a melodia, como que um reforço nos momentos de maior tensão apoiando o solista ou dirigente.

Ensaie sempre, tire todas as dúvidas que aparecerem durante o ensaio. Não menospreze a sua parte no vocal, por menor que ela seja. Procure pensar no arranjo como um todo, e não apenas a sua parte microscopicamente. O mais importante é que quando você estiver cantando, sua função é a de adoração para que as pessoas possam te seguir sem distrações. Este não deve ser um momento de performance vocal, mas de apontar para Jesus.

Paulo Lira, é tecladista, produtor musical, casado com Greta Lira e atulamente mora e trabalha em Atlanta, USA.